POESIA ESPANHOLA
Coordenação de AURORA CUEVAS CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid
Foto e biografia: https://www.google.com/search?q=PATRICIO+PERERA+ALVAREZ
PATRICIO PERERA ALVAREZ
( Espanha )
( 1856 – 1899 )
Escritor espanhol nascido e falecido em La Laguna de Tenerife. Colaborou muito ativamente na imprensa periódica de sua época e também desempenhou atividades políticas que ocasionaram sua morte em um atentado. Foi autor de uma extensa obra literária, a maior parte da qual permaneceu inédita. Na juventude escreveu o poema La Conquista, em sonetos, e mais tarde, em 1881, deu à luz o poema Canarias. Em 1891 publicou a extensa composição, escrita em quintetos, Homenagem à mui nobre e leal cidade de San Cristóbal de La Laguna. De 1893 é outra composição similar, titulada Ao Mui Nobre, Leal, Cidade Invicta, Porto e Praça de Santa Cruz de Santiago de Tenerife. Mais tarde, ele escreveria The Legend of Atlantis (1896), vagamente inspirado no poema catalão de Jacint Verdaguer.
TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
ARIAS DE LA CANAL, Fredo. Poesía canaria Estudio protoidiomático. Ciudad de México: Frente de Afirmación Hispánica, A. C., 2022. 133 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
San Cristobal de la Laguna
Foto: https://www.spain.info/pt_BR/destino/san-cristobal-laguna/
HOMENAJE
A LA MUY NOBLE Y LEAL CIUDAD DE
SAN CRISTOBAL DE LA LAGUNA (1891)
(fragmento)
¡Oh, mi vieja ciudad! Patria amorosa
donde a la luz del sol abrí los ojos,
y en cuya vega umbría y deliciosa,
en la mañana de la infancia hermosa
dilaté el pensamiento sin enojos.
Deja que lleno de entusiasmo ardiente
y santo y tierno amor bese tu planta,
que en tu seno gentil doble mi frente
y que exhale robusta mi garganta
para ti su cantar más elocuente.
Aunque lejos de ti nunca te olvido,
que mi alma siempre tu memoria evoca
con la ansiedad que el pájaro perdido
recuerda triste en solitaria roca
del bosque en que naciera el dulce nido.
¡Ay!, cuando pienso en el risueño encanto
de tu recinto, del Edén trasunto,
y altar de mis afectos el más santo,
y de mi numen predilecto asunto,
brotan mis ojos abundoso llanto.
Como corren las auras voladoras
por la verde extensión de tus vergeles,
armonías formando encantadoras,
vuelan a ti mis pensamientos fieles
de mi destierro en las cansadas horas.
Tan grande es la nostalgia que yo siento,
no respirando el aire que embalsama
el ámbito que llenas en tus asientos,
que mi alma adolorida en su tormento
ni dichas tienes ya, ni goza, ni ama.
Triste avecilla sola por el mundo,
sin gorjear un canto errante vuelo,
que el estro de mi espíritu fecundo
abandonóme en mi penar profundo
al alejarme de mi patrio suelo.
Do quiera tiendo mi pupila incierta
vigorosa tu imagen adorada
en mi pecho abatido se despierta,
con la memoria de la dicha muerta,
en un tiempo lejano disfrutada.
Entonces solo vuelvo del desmayo
que en esta soledad experimento,
y en alegría súbita me explayo
al bosquejar mi activo pensamiento
tu valle encantador, cuna de Mayo.
La realidad de mi ambición daría
por dormir otra vez bajo la sombra
con que convida la floresta umbría
que a tus montañas de verdura alfombra
con eterno esplendor y lozanía.
¡Cuán felices las horas del estío,
sentiría pasar entre el ameno
follaje espeso de tu bosque umbrío
sin que me hiriera el aguijón impío
que el mundo impregna de mortal veneno!
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
HOMENAGEM
Á MUITO NOBRE E LEAL CIDADE DE
SAN CRISTOBAL DE LA LAGUNA (1891)
(fragmento)
[tradução livre! ]
Oh, minha antiga cidade! Pátria amorosa
onde a luz do sol abri os olhos,
e em cuja veja*1 sombria e deliciosa,
na manhã da infância formosa
dilatei o pensamento sem raiva.
Deixa que preencha de entusiasmo ardente
e santo e terno amor beije tua planta,
que em teu seio gentil dobre minha frente
e que exale robusta minha garganta
para ti seu cantar mais eloqüente.
Mesmo longe de ti nunca te olvido,
que minha alma sempre tua memória evoca
com a ansiedade que o pássaro perdido
recorda triste em solitária rocha
do bosque em que nascera o doce ninho.
Ai!, quando penso no risonho encanto
de teu recinto, do Éden transcrito,
e altar de meus afetos o mais santo,
e de meu numen predileto assunto,
brotam meus olhos abundante pranto.
Como correm as auras voadoras
pela verde extensão de teus bosques,
harmonias formando encantadoras,
voam a ti meus pensamentos fiéis
de meu desterro nas cansadas horas.
Tão grande é a nostalgia que eu sento,
não respirando o ar que embalsama
o âmbito que enches em teu assentos,
que minha alma dolorida em seu tormento
nem ditados já não tens, nem gozo, nem alma.
Triste avezinha solitária pelo mundo,
sem gorjear um canto errante voo,
que o estresse de meu espírito fecundo
abandonou-me em meu penar profundo
ao afastar-me de meu pátrio solo.
Ond queiras tendo minha pupila incerta
vigorosa tua imagem adorada
em meu peito abatido desperta,
com a memória da benção morta,
em um tempo distante disfrutada.
Então só regresso do desmaio
que nesta solidão experimento,
e em alegria súbita me espraio
ao bosquejar meu ativo pensamento
teu vale encantador, berço de Maio.
A realidade de minha ambição daria
para dormir outra vez à sombra
com que convida a floresta umbría
que as tuas montanhas de verdura cubra
com eterno esplendor e frescor.
Quão felizes as horas do estio,
sentiria passar entre ameno
verdor espesso de teu bosque úmbrio
sem que me fira o picar ímpio
que o mundo impregna de mortal veneno!
*1 O têrmo ¨vega¨ é de origem àrabe, e significa : ¨águia mergulhando¨.
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Página publicada em março de 2023
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